O Cachorrinho Samba na Floresta, um clássico infanto-juvenil

O Cachorrinho Samba na Floresta, um clássico infanto-juvenil

O Cachorrinho Samba gosta de passear e se envolver em alegres confusões.

Sobre a autora

Maria José nasceu em 1898, na Fazenda Bela Vista, na época município de Botucatu. Era filha de Antônio Lopes de Oliveira Monteiro e de Rosa de Barros Fleury Cardoso.

Maria José foi alfabetizada pela mãe e por seu irmão mais velho em casa. Ainda em Botucatu, teve aulas particulares de música, como também de pintura no Colégio dos Anjos (atual Colégio Santa Marcelina). Sua formação literária, contudo, deu-se antes mesmo da frequência na escola: seus pais, apesar de não serem ricos, mantinham o hábito da leitura e, ainda menina, ela já tinha tido contato com livros clássicos portugueses e mundiais.

Mudando-se para a capital paulista, Maria José cursou a Escola Normal Caetano de Campos, formando-se professora. Sua vida na literatura começaria após se casar com o engenheiro Leandro Dupré. Ela levaria duas décadas para retornar a Botucatu.

“ Não olhei para trás quando deixei a chácara pela última vez. Só voltei a cidade uns vinte anos depois e nada mais existia: nem a casa, nem as árvores, nem os pássaros. Em seu lugar haviam construído uma Escola Profissional ou instituto não sei bem…"

Sua carreira literária começou em 1939, quando publicou o conto "Meninas tristes" no suplemento literário d'O Estado de S. Paulo, com o pseudônimo de Mary Joseph, incentivada pelo marido, que dizia que suas narrativas eram "contos orais" que mereciam ser escritos. O pseudônimo acabou gerando polêmica, pois o editor, Arthur Neves, disse que se fosse publicado um romance com esse pseudônimo, ele estaria fadado ao fracasso. Foi o marido de Maria José que sugeriu usar Senhora Leandro Dupré.

O editor então aceitou a sugestão e, em 1941, chegou às livrarias seu primeiro romance, O Romance de Teresa Bernard, publicado pela editora Civilização Brasileira (pertencente à Companhia Editora Nacional). O livro foi um sucesso e sua primeira edição esgotou rapidamente. Leandro Dupré recuperou logo o investimento feito para a publicação. A editora então encomendou uma nova tiragem, lançada em 1943.

Em 1943, era publicado Éramos Seis, livro que alçou seu nome ao estrelato. O livro conta a história de uma família paulista que enfrenta vários revezes ao longo da vida, inclusive a doença do patriarca e muitas dificuldades financeiras. Sucesso entre críticos e leitores, Éramos Seis ganhou o Prêmio Raul Pompéia (da Academia Brasileira de Letras), em 1944.

Escrito inicialmente para um público adulto, o livro começou a ser indicado para jovens em idade escolar a partir de 1973 quando foi incluído no catálogo da Coleção Vaga-Lume da editora Ática. Éramos Seis vendeu milhões de cópias, tendo sido traduzido para espanhol e francês, além de ter sido o primeiro romance brasileiro traduzido para o sueco.

Já em 1945, Éramos Seis foi adaptado para o cinema argentino. Na televisão brasileira, foi adaptado em várias telenovelas. A primeira versão foi escrita por Ciro Bassini e era exibida ao vivo, duas vezes por semana, em 1958, pela TV Record. A segunda versão foi escrita por Pola Civelli e foi exibida pela TV Tupi, às 19 horas, entre 1º de maio e 2 de junho de 1967. A terceira versão foi feita por Sílvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, sendo exibida pela TV Tupi no horário entre 6 de junho e 31 de dezembro de 1977. Uma quarta adaptação foi exibida pelo SBT, entre 9 de maio e 5 de dezembro de 1994. A última adaptação para a televisão foi escrita por Ângela Chaves e exibida pela TV Globo entre 30 de setembro de 2019 e 27 de março de 2020.

Em 1943, Maria José fundou a editora Brasiliense, tendo sócios o marido Leandro Dupré, o historiador Caio Prado Júnior, o escritor Monteiro Lobato e o editor Arthur Neves. As atividades da editora, no início, começaram na própria casa da escritora. Neste mesmo ano, ela começou a publicar obras infantis, sendo o primeiro delas o livro Aventuras de Vera, Lúcia, Pingo e Pipoca, também premiado pela Academia Brasileira de Letras.[4] Os personagens voltariam em vários outros livros: A Ilha Perdida (1944), A Montanha Encantada (1945) e A Mina de Ouro (1946).